Durante os últimos séculos, a profissão médica evoluiu a ponto de se tornar uma das áreas mais nobres. Como alguém que cuida da saúde e da vida das pessoas, o médico tem como responsabilidade prezar por uma forte ética médica.
Hoje, a medicina tem um escopo amplo que abrange até áreas como a segurança e medicina do trabalho, essencial para muitas empresas. Mas alguns princípios médicos permanecem inalterados ao longo de milênios, como o caso da ética médica.
A ética médica tem importância fundamental, pois orienta o comportamento e as decisões dos profissionais de saúde, garantindo o bem-estar do paciente. E se você deseja entender como identificar princípios éticos no seu médico, vamos te ajudar com este texto.
Origens gregas
A origem da ética médica remonta literalmente à origem da profissão, com o famoso Juramento de Hipócrates. Criado pelo grego de mesmo nome, pai da medicina, o juramento traz um conjunto de comportamentos aos quais os médicos juram obedecer assim que se formam.
Por isso, o nosso texto vai se basear em trechos do juramento que solidificaram os princípios éticos a serem seguidos pelos médicos. Nesse sentido, os grandes pilares da ética médica representados no Juramento de Hipócrates são:
- respeito ao paciente;
- ética na pesquisa;
- busca e difusão de conhecimento;
- garantia dos direitos humanos.
Respeito ao paciente
EU PROMETO SOLENEMENTE consagrar minha vida ao serviço da humanidade; A SAÚDE E O BEM-ESTAR DE MEU PACIENTE serão as minhas primeiras preocupações.
As duas primeiras frases do juramento trazem a importância de que o foco da medicina seja o paciente. Ou seja, a relação entre o médico e os seus pacientes.
Como a medicina lida com a vida e a saúde humana, este preceito é o mais importante na prática médica. O interesse do paciente deve ser prioridade para o médico e sua prática deve seguir no sentido de potencializar seu bem-estar e saúde.
Por isso que o médico jamais deve realizar qualquer procedimento que possa causar mais riscos do que benefícios ao paciente. O Capítulo 1, inciso II, do Código Brasileiro de Ética Médica deixa isso claro ao dizer que “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional”.
Ética e difusão de conhecimentos
PARTILHAREI os meus conhecimentos médicos em benefício dos pacientes e da melhoria dos cuidados da saúde
O segundo ponto diz respeito à relação entre o médico e outros profissionais, sobretudo na parte da pesquisa. É função do médico compartilhar conhecimentos que possam melhorar o bem-estar tanto de seus pacientes quanto da comunidade.
Nesse sentido, os médicos devem trabalhar em conjunto para ampliar os conhecimentos na área da medicina. O foco deve ser a prevenção e o tratamento dos pacientes da melhor maneira possível, em aspecto coletivo.
Individualmente, o médico precisa manter sua atualização constante, participando de cursos, novas formações e pesquisas. Esse processo dá ao profissional a capacidade para enfrentar novos dilemas éticos que surgem do avanço da medicina em áreas que antes não tinham essas discussões.
Nesse sentido, temas como engenharia genética, eutanásia, aborto e transplantes, por exemplo, exigem um grande nível de conhecimento intelectual. Mas, acima de tudo, o médico precisa fazer uma reflexão ética cuidadosa a respeito dos impactos de atitudes como proibir ou permitir tais práticas no âmbito da medicina e da ética.
Garantia dos direitos humanos
NÃO USAREI os meus conhecimentos médicos para violar direitos humanos e liberdades civis, mesmo sob ameaça
Dentro da garantia dos direitos humanos está o princípio da não maleficência, que é empregado individualmente. Este estabelece que os médicos devem evitar causar danos aos pacientes ou executar qualquer prática que viole a integridade deles — máxima “Primeiro, não cause dano” (“Primum non nocere”).
Já no âmbito coletivo, a garantia dos direitos humanos coloca o dever do médico em não se envolver com práticas que possam causar danos coletivos extensos. Esse princípio visa evitar abusos como os ocorridos durante a II Guerra Mundial e colocar os limites éticos que os médicos devem obedecer na prática da profissão.